VI SEMINÁRIO EM MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
PATRIMONIALIZAÇÕES: ATORES E CONFLITOS
Em nenhum outro momento da história ocidental o passado esteve tão presente e seus usos foram tão disseminados e diversificados. Falamos em tempos mnemotrópicos, na expressão de Joel Candau; de proliferações como fala Jean-Louis Tornatore, de emoções patrimoniais, de atores e processos de patrimonialização. A emergência e multiplicação de objetos e atores patrimoniais sugere uma relação com o tempo definida por Valdimar Hafstein como “regime patrimonial” .
Considerando que o patrimônio é uma invenção recente do mundo ocidental e que na origem esteve associado à afirmação do Estado Nacional, podemos também afirmar que ele assumiu, no presente, múltiplas e emergentes configurações e usos, servindo de base para afirmações identitárias, busca por reconhecimento, estabilização de comunidades socialmente impactadas, fonte de recursos econômicos, etc. São vários os agentes que estão hoje na base dos processos patrimoniais e vários os dispositivos criados para conferir legitimidade a esses processos, tais como legislações, programas de incentivo, educação patrimonial.
O debate que se pretende estabelecer nesse VI Seminário Internacional em Memória e Patrimônio, se articula em torno de alguns vetores: quais são os dilemas contemporâneos acerca dos usos e alcances sociais do patrimônio? Quais os valores que presidem os processos de patrimonialização? Quem são os atores dos processos patrimoniais? Que conflitos se estabelecem a partir e no interior desses processos? Quem são os transmissores do patrimônio e como se estabelecem essas transmissões? Como se relacionam esses processos de patrimonialização com o contexto politico e social no qual estão inseridos? Quais impactos que vêm sendo observados produzidos pela patrimonialização do meio urbano? Qual o poder efetivo dos novos atores no que se refere às decisões e gestão patrimonial?